Florença em 2 dias, uma parada entre Roma e Veneza

Todo mundo já ouviu falar que a Toscana é muito bonita, romântica e possui paisagens incríveis. Realmente, é tudo isso o que falam! Uma das mais belas e importantes da Itália, a região acolhe cidades como Pisa, Siena, Arezzo e Florença, nossa escolha no trajeto de Roma a Veneza.

Depois de conhecer Roma, que é uma cidade grande, agitada e com trânsito caótico, decidimos ir de trem (em aproximadamente 1:40h até a estação Santa Maria Novella) para Florença ou Firenze (em italiano), uma cidade aconchegante, silenciosa (embora italiana, rs…) e, assim como a capital romana, dona de um patrimônio histórico e cultural incomparável! 

Berço do Renascimento e da importante Família Médici, que governou a cidade do século XV ao XVIII, Florença é considerada uma das cidades mais lindas do mundo, e, se você estiver pensando em ir para lá (e espero que esteja!), prepare-se para uma imersão em sua rica história, cultura e arquitetura. Seu passado está profundamente ligado aos Médici, uma família com visão apurada e vanguardista, a qual financiava os artistas que deram origem ao movimento Renascentista, encantador na beleza e profundo na filosofia. É esse o cenário que encontramos.

Dependendo do tipo de viagem que você estiver fazendo deve ajustar o número de dias, mas para conhecer o básico são necessários pelo menos 2 dias inteiros. Assim, segue um roteiro organizado segundo a proximidade dos pontos turísticos, o que facilita quem está com pouco tempo ou não gosta de rodar muito à procura dos atrativos.

Roteiro por Florença:

Acho legal começar o passeio pela Basílica di Santa Croce, a maior igreja franciscana do mundo, onde você vai sentir a energia de um lugar feito e frequentado por pessoas tão importantes e grandiosas, além, claro, de ser um templo católico no qual Jesus Cristo é reverenciado. Aliás, há mais de uma imagem de Jesus na cruz (pintadas e  talhadas na madeira), mas como estavam sendo restauradas, não conseguimos boas fotos. 

Localizada na Piazza di Santa Croce, a Basílica possui um interior ricamente ornamentado com obras de arte de diversos artistas italianos, uma estátua em homenagem ao escritor Dante Alighieri, e os túmulos de Michelangelo, Maquiavel e Galileo Galilei, entre outros. É bem emocionante estar nesse lugar.

Depois, vá até a Praça della Signoria, um verdadeiro museu a céu aberto — como é toda a cidade —, onde ficam localizados o Palazzo Vecchio, uma réplica da famosa estátua de David e a Loggia dei Lanzzi.

O Palácio Vecchio é uma antiga fortaleza que hoje abriga a Prefeitura, e que no passado foi o palácio onde residiu a Família Médici, antes da mudança para o Palazzo Pitti.

Na mesma praça também está a Loggia dei Lanzi, uma construção em arcos, que servia como cobertura para eventos como as assembléias públicas e outras atividades públicas. Posteriormente, passou a ser um lugar para expor obras de arte. Hoje, é possível admirar 13 estátuas, algumas delas medindo até 5 metros de altura.

Bem ao lado, andando algumas ruas, está a também imperdível Galleria degli Uffizi instalada no palácio com mesmo nome. Considerado por muitos como o mais importante museu sobre a Renascença, abriga importantes coleções de arte italiana, com obras de gênios como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Giotto e Botticelli. O mais impressionante é observar que uma família morou neste local, cercada por todos aqueles quadros, esculturas, afrescos — todos os maravilhosos frutos do Renascimento!

Dizem que no primeiro piso há um corredor que era utilizado pela Família Médici para ir do Palazzo degli Uffizi ao Palazzo Pitti, do outro lado do rio Arno. De uma das salas do museu é possível avistar o Arno e a Ponte Vecchio, além de outras pontes que cruzam o rio.

Saindo do museu, que fica na beira do rio, vá em direção à belíssima Ponte Vecchio, a mais antiga da cidade, construída assim como se conhece hoje, no final da Idade Média, mas que provavelmente já estava nesse local desde o Império Romano. Na onda de modernização e revitalização trazida pelo Renascimento, a Família Médici decidiu nela instalar joalherias, em substituição aos açougues que jogavam restos de carne no rio Arno. Até hoje há joalherias no local, mas o trabalho de artistas de rua tem sido mais exposto e valorizado, no caminho.

Outra curiosidade da ponte é que, até alguns anos atrás, havia centenas de cadeados presos na grade que cerca a estátua de Benvenuto Cellini, mas por danificarem a estrutura da ponte, a Prefeitura decidiu proibir a prática e estipulou uma multa para os casais apaixonados que forem pegos em flagrante.

Cruzando a ponte, e portanto já do outro lado do rio Arno, estão a Piazza San Spirito, onde há uma igreja e diversos restaurantes no entorno; e a Piazza Pitti, onde fica localizado um dos prédios mais importante da cidade: o Palazzo Pitti, com seu jardim, o Giardino di Boboli.

O palácio renascentista de arquitetura bem característica, que já abrigou um banqueiro e (como sempre!) a Família Médici, foi transformado em uma galeria de arte composta das seguintes unidades: Galleria Palatina; Museo degli Argenti; e Galleria d’Arte Moderna.  O acervo é bem vasto e, portanto, veja sua disposição para entrar em mais um museu.

Para fechar esse dia com chave de ouro não perca o pôr-do-sol na Praça Michelangelo. A praça, que é muito bonita por si só, fica localizada em uma parte mais alta, e oferece uma das vistas mais lindas da cidade, principalmente no fim da tarde. Essa dica quem nos deu foi um brasileiro, de Góias, que morava em Florença e trabalhava como camelô perto da Capela Médici, havia uns 5 anos. Ele nos disse que era imperdível e inesquecível, e realmente foi! Durante o dia a praça costuma fica bem cheia de turistas e, por isso também, o ideal é ir entre o final da tarde e o início da noite.

Depois de todas as maravilhas vistas no dia anterior, comece mais uma manhã indo à Catedral de Santa Maria del Fiore — e tome fôlego! Embora a cidade tenha muitas igrejas, a Catedral (ou Duomo, como também é chamada) se destaca por ser a maior e por ter um domo enorme, de onde se pode apreciar uma perspectiva panorâmica da cidade — e nem pense em ficar com preguiça de subir os quase 500 degraus (!), pois realmente vale a pena, sobretudo se o céu estiver com boa visibilidade.

Esse é o cartão-postal da cidade. Sua exuberante construção, com a fachada toda feita com três cores de mármore, chama atenção e se destaca bastante na paisagem sempre movimentada. Em seu interior, observe a beleza dos coloridos vitrais e os afrescos, verdadeiras obras de arte. A parte mais difícil da construção foi realizar o domo, que ficou anos inacabado, até que o arquiteto Filippo Brunelleschi ganhasse o concurso público, provando que conseguiria construí-lo. E assim foi feito, para nossa sorte e admiração!

Ao lado da Catedral fica o Campanário de Giotto, que também oferece uma ótima vista da cidade, a 82 metros de altura (mas se subir no Duomo, não precisa subir no Campanário, e vice-versa). Também ligado à Catedral, fica o Museo dell’Opera di Santa Maria del Fiore — mas esse não visitamos.

Apesar de nem todos gostarem de visitar igrejas, isso é inevitável em Florença, que possui muitas! Na Europa, sobretudo, não se visitam igrejas somente pela fé ou religião praticada, mas também para apreciar as obras de arte que estão guardadas em seu interior. Por isso, e também pela arquitetura florentina, praticamente todas as outras atrações do dia foram museus ou igrejas, capelas, basílicas, batistérios, além, claro, de passear pela cidade sem compromisso.

Pela proximidade geográfica, para quem quiser visitar, ainda há o Battistero di San Giovani, a Cappela Médici, a Basilica di San Lorenzo e a Igreja de Santa Maria Novella, que fica bem perto da estação de trem e pode deixar para ser vista no último dia, a caminho da estação que leva seu nome.

Embora o centro histórico de Florença seja relativamente pequeno e as atrações sejam bem próximas umas das outras, há muito o que admirar e aprender, o que torna o passeio muito rico. Por outro lado, às vezes a repetição do tema (pinturas, afrescos, igrejas) e a quantidade de informações (nomes, datas e eventos) podem ser um pouco cansativos. Por isso, antes de comprar qualquer ingresso, pense em seu grau de interesse, e também em seus limites de concentração e cansaço. Veja se realmente vale a pena entrar em todas as atrações, ainda mais em tempos de alta do Euro.

Eu, por exemplo, preferi deixar de ir ao Museo Nazionale del Bargello e à Galleria dell’Accademia para passear sem compromisso pelas ruas de Florença. Voltei às praças que mais gostei e à Ponte Vecchio. Passeamos à beira do rio Arno, paramos para almoçar com calma, tomamos o clássico gelato italiano e vimos o pôr-do-sol, de novo. Aliás, o pôr-do-sol em Florença é um espetáculo a parte: o sol incide sobre as construções centenárias, refletindo as cores e o espírito renascentista de uma forma única. Não me canso de olhar e de querer voltar… 

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