História e riqueza encravadas nas montanhas de Ouro Preto

Um silencio gostoso do interior…

Já estamos em Ouro Preto, uma cidade que encanta desde o primeiro momento.

Escolhemos ir de carro desde o Rio de Janeiro e posso dizer que vale a pena dirigir por 5 horas para olhar de perto aquelas igrejas e o casario, com seus telhados que dão mais charme às ladeiras de Ouro Preto. No caminho margeamos em alguns trechos a velha Estrada Real, a original, que levava o ouro até o Rio de Janeiro ou Paraty! Imaginem o tempo que demorava e como devia ser difícil a viagem. Muitas pontes de pedra e oratórios. Só mesmo com muita fé pra ir e vir até Ouro Preto naqueles tempos.

Fizemos a viagem em junho de 2013, durante o festival de inverno de Ouro Preto e recomendo a viagem durante esse evento pois a cidade vira uma festa! No dia em que chegamos descobrimos, sem querer, que estava tendo o festival e pra nossa surpresa, naquela mesma noite teve show de Alceu Valença, que teve como pano de fundo a orquestra sinfônica de ouro preto, a Valenciana. Incrível como fica bom ouvir Alceu Valença junto dos violinos, violoncelos e flautas.

Nessa época do ano faz frio e quando bate aquele ventinho das montanhas a gente quase congela… De dia céu azul, sem nuvens.

O que fazer em Ouro Preto?

Como é gostoso estar no interior e viver como se nada mais importasse… foi uma verdadeira viagem no tempo. Começamos conhecendo a Igreja de São Francisco de Assis, uma obra prima de Aleijadinho (com pintura de afrescos de mestre Ataide), muito rebuscada no interior ao bom e velho estilo barroco. Lindo! E o mais instigante é saber que ele não tinha mãos perfeitas e um escravo precisava amarrar a talhadeira para que ele pudesse trabalhar.

De lá fomos então conhecer a mina de ouro de Chico Rei, uma visita guiada que não aconselho para quem tem claustrofobia… Entramos num túnel úmido, gelado, e fomos, agachados, andando, andando até encontrarmos mais e mais galerias, por onde, na época, saia todo o ouro.

Esse passeio mostra exatamente como é uma mina de ouro: você pode tocar no barro, sente o cheiro da terra, sente agonia em algumas partes apertadas e viaja, imaginando os escravos e todo o ouro que de lá ia para a Europa. Lá dentro dá pra ver a rocha cortada, talhada e a água pingando, incessantemente, há uns 300 anos…

Pra finalizar, o Museu da Inconfidência, onde há muitos objetos, móveis, tudo relacionado ao movimento da Inconfidência e a cidade que era chamada Vila Rica. Tem um pedaço da forca, vinda do RJ, usada para executar o inconfidente Tiradentes. Os processos contra os inconfidentes e até corpos de 12 deles, vindos da África, onde morreram como degredados, estão sepultados no museu.

De volta ao hotel depois de muitas subidas e descidas por essas ladeiras que de tão desgastadas são um pouco escorregadias, fiquei observando as igrejas… da janela do quarto dá pra admirar duas delas e ouvir os sinos tocando.

Sempre digo que todo brasileiro deveria conhecer Ouro Preto e as cidades históricas de Minas Gerais. Parte de nossa história e riqueza estão encravadas naquelas montanhas e constituem um cenário belíssimo, declarado patrimônio da UNESCO. O nosso Ministério do Turismo deveria incentivar mais (muito mais) as viagens pela história do nosso próprio país, além de zelar pela melhoria das estradas e sinalização adequada.

Ouro Preto e suas vizinhas Congonhas, Mariana e Tiradentes não devem NADA a nenhuma cidade européia em termos de história e atrativos, mas precisam melhorar a infra-estrutura para atrairem ainda mais turistas e admiradores.

Venham a Ouro Preto! Pra quem gosta de sossego e comida mineira é um prato cheio!!

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