Logo que chegar você irá se deparar com um lindo e impressionante paredão: os Alpes. E daí, com certeza irá se apaixonar por essa cidade, rodeada por montanhas que se impõem sobre ela, a 3.000 metros de altitude. Assim é Innsbruck, e só indo até lá pra entender, sentir o vento, “ouvir” o silêncio e ter a impressão de estar pertinho do céu.
A sensação de chegar ao topo de uma montanha é sempre maravilhosa, ainda mais em se tratando dos Alpes, que exercem uma atração nas pessoas desde sempre. É realmente lindo, define a paisagem de Innsbruck e foi sem dúvida um dos melhores passeios da viagem.
No verão acontecem muitas atividades na montanha, como escalada, caminhada e descida de bicicleta (literalmente a mountain biking!); e para os mais sedentários, simplesmente a observação do maior parque natural da Áustria. Já no inverno as montanhas nevadas proporcionam outras aventuras, como o esqui e o snowboarding.
Innsbruck vista dos Alpes é ainda mais linda…
Esse passeio para os Alpes ainda pode incluir uma parada no Alpenzoo, mas acho que só vale a pena se estiver com crianças e com muita disposição para subir e descer ladeiras, já que o zoológico fica instalado nas montanhas. Como estava muito quente, não tive paciência e desistimos do passeio depois de ver os ursos (ainda mais porque não curto ver animais enjaulados…).
Uma dica fundamental é obter o Innsbruck Card assim que chegar na cidade, pois o passeio para os Alpes é caro se comprado avulso (31 Euros), enquanto com o cartão você tem direito a quase todas as atrações da cidade por 33 Euros para um período de 24 horas, incluindo a subida aos Alpes. Assim, vale a pena comprar!
Então é bom se programar para curtir as atrações pagas no mesmo dia, considerando que a cidade é pequena e é possível ver quase tudo – pois não vale a pena pagar 41 Euros para ter passe livre por 48 horas.
O que eu falei sobre a Áustria no post de Salzburg tá valendo aqui também: esse é um país tão único e pitoresco que fica difícil dizer o que o torna tão encantador. Aliás, Innsbruck é a capital do Tirol, o maior estado da Áustria e aquele que mais tem a “cara” do país.
Innsbruck é uma cidade com um centro histórico pequeno e, por isso, o ideal é ficar de dois a três dias, mas sempre depende do quão disposto você está em explorar essa jóia e seus arredores.
O hotel em que nos hospedamos é muito bom, tanto pela estrutura quanto pela localização, além de ter servido de hospedagem para o compositor Wolfgang Amadeus Mozart (ele mesmo!), quando passou pela cidade. O Hotel Weisses Kreuz fica em uma das ruas mais importantes do centro histórico, a alguns passos do Palácio do Telhado Dourado e da entrada para a Torre da cidade, de onde se tem uma linda vista.
Um bom ponto para começar a desbravar a cidade é o famoso Palácio de Telhado Dourado (Golden Roof), que data do ano 1500 e abriga o Museu Maximiliano, dedicado ao imperador Maximiliano I, pioneiro do alpinismo e notável por muitos outros feitos, retratados em uma exposição bem interessante composta por documentos históricos, pinturas e objetos pertencentes ao monarca.
Essa visita é fundamental para quem quiser conhecer um pouco sobre a história da Áustria, de Innsbruck e mesmo da família Habsburgo, que anos após se tornou célebre e influente em toda a Europa, sobretudo por causa da força do grandioso Império Áustro-Húngaro.
Mais à frente fica a Torre da Cidade (Stadtturm) — e lembrando que, com o Innsbruck Card, sai tudo de graça. Lá do alto da torre é possível ter uma bela vista da cidade, do domo da catedral, das montanhas…. porém esta torre não é tão alta quanto outras que a gente costuma visitar pela Europa: a plataforma de observação fica a 31 metros de altura, o que corresponde a apenas 148 degraus.
O bom de cidadezinhas pequenas como Innsbruck é ir se perdendo sem compromisso pelas ruas e vielas, onde há várias lojas, sorveterias e restaurantes com dezenas de detalhes. Aliás, no centro histórico de Innsbruck passam poucos carros e por isso a cidade é bem tranquila e silenciosa…
À noite, vale passear pela Maria Theresien Strasse, a rua central de Innsbruck, também bem perto do hotel em que ficamos hospedados. Além de vários restaurantes e lojas, nela se destacam o Arco do Triunfo, construído por ordem da Imperatriz Maria Teresa em comemoração ao casamento de seu filho Leopoldo II. Dizem que é o único arco construído não para celebrar guerras e vitórias bélicas, mas para expressar a felicidade de uma família em determinado período.
Ao atravessar sob o arco, você encontra um ótimo restaurante italiano: o Vapiano. Ele oferece pizzas, massas, antipastos e saladas num ambiente bem moderno e descontraído. Gostei tanto que fui mais de uma vez e entrei na internet para pesquisar se havia outros restaurantes, quando descobri que se trata de uma rede internacional localizada em vários países, inclusive no Brasil, em São Paulo.
Já deu pra perceber que Innsbruck é uma cidade muito importante na história da Áustria, né?!
Imperadores e Imperatrizes estavam sempre presentes. Por isso, outra atração importante de Innsbruck é o Palácio Imperial (Hofburg), onde estão móveis, documentos e objetos originais do Império Áustro-Húngaro, além de pinturas da rainha Maria Tereza e seus 16 filhos, entre eles Maria Antonieta. As pinturas com todos os filhos são consideradas raras, já que a maioria casava e nunca mais voltava a rever a família.
Eu diria ser um “mini” Palácio de Versalhes; tão rebuscado e decorado quanto o francês, mas em menores proporções. O salão principal — que é lindo! — possui pinturas enormes de vários membros da família Habsburgo. E embora a sede do Império fosse em Viena, a família se hospedou várias vezes nesse palácio de Innsbruck.
Falar em Europa quase sempre significa falar de igrejas, catedrais e basílicas. Quem conhece um pouco o velho continente sabe que são muitas delas, espalhadas por todas as cidades, não é mesmo?! Algumas pessoas gostam de conhecer todas, enquanto outras preferem ir apenas às mais famosas, simbólicas e representativas. Assim, não poderia deixar de falar sobre a Hofkirche, uma igreja bem interessante e um tanto diferente das que estamos acostumados a visitar, já que lá o centro das atenções é, mais uma vez, o monarca Maximiliano.
A configuração de seu interior é diferente das demais igrejas da Europa. Isso porque Maximiliano tinha o desejo de ser grande em vida, mas não queria ser esquecido após sua morte. O mausoléu foi construído com 28 estátuas de seus familiares ao redor, reverenciando o monarca que estaria em destaque. Sim, estaria! Na verdade, seu corpo está enterrado em Viena, já que o monumento não ficou pronto em vida, tendo sido concluído apenas três gerações depois. Essa igreja fica na Universitatstrasse 2 e conta ainda com uma apresentação multimídia muito interessante sobre aquele que, além de tudo, foi quem mais alavancou a família Habsburgo.
Sei que muita gente que viaja para Europa não aguenta visitar todas as igrejas e catedrais, pois são muitas mesmo! Mas a Basílica Wilten, na Pastorstrasse é a igreja em estilo rococó mais importante do Tirol, construída em 1755. Então, dê uma passadinha, pelo menos…
Além de todas essas atrações, que são as principais da cidade, ainda é possível conhecer a Catedral de Saint James, capela em estilo barroco do século XVII. Sua fachada não chama muito atenção, mas seu domo e suas torres podem ser melhor vistos do alto da torre da cidade e como ela fica localizada bem pertinho do Palácio do Telhado Dourado e da Torre da Cidade, não tem como não passar por lá, até porque nesse entorno ficam vários restaurantes e lojinhas de souvenirs.
Para quem estiver com tempo e disposição, há ainda, um pouco mais afastado do centro, o Schloss Ambras, um castelo medieval que possui salas com telas de pintores espanhóis, retratos dos Habsburgo, sala das armaduras, curiosidades e pinturas de todos os reis e duques do Tirol. Chega-se lá com o shuttle Sightseer ou o tram número 6. Outro museu de Innsbruck é o Ferdinandeum, mais perto do que o Schloss, abrangendo arte gótica, medieval, renascentista e barroca.
Eu não tenho dúvida de que Innsbruck foi um dos melhores destinos que já visitei na Europa. Uma cidade acolhedora, organizada, com um povo simpático e tudo, claro, no padrão austríaco de excelência. Se estiver indo a Viena ou qualquer outra cidade da Áustria, não deixe de considerar uma visita. De Salzburg até Innsbruck levamos apenas duas horas em um trem muito confortável da ÖBB — o mesmo tempo se leva indo ou vindo de Munique, na Alemanha.
Além de todos os motivos elencados (as atrações da cidade, os Alpes, o transporte super-eficiente e a alta qualidade de tudo o que é oferecido na Áustria) é importante lembrar que o país tem sido um dos destinos preferidos pelos imigrantes que chegam à Europa, nos últimos meses. Esse fato deveria nos fazer pensar e avaliar não só a questão humanitária, mas nossas impressões sobre alguns destinos.
A Áustria é um país tão desenvolvido quanto a Alemanha e a Suíça, mas posso dizer que o país superou minhas expectativas. Tudo dá certo, tudo flui, tudo é bonito! Com certeza esse é o resultado alcançado por um povo que trabalhou muito, se reergueu após guerras e fez um planejamento inteligente para o futuro.
Veja mais sobre nossa Eurotrip pelo Leste Europeu:
Praga – Cesky Krumlov – Budapeste – Viena –Bratislava – Salzburg
Gostei muito dos seus comentarios em relação a cidade. gostaria de saber se nos inicio de agosto ainda encontraremos os vales nevados. e se a temperatura para conhecer os alpes se encontra baixa? E necessario casacos p-esados ou não?
Oi Rosangela. Quando fiz esse passeio para os Alpes (em agosto, que é verão na Europa) não havia neve e não precisei de casaco, como você pode ver nas fotos. Mas dependendo da estação de esqui/ montanha que você for visitar – há algumas mais distantes do centro de Innsbruck – e dependendo das condições climáticas do dia, pode ver os picos nevados e precisar de um casaco mais reforçado. Mesmo sendo verão, você pode pegar uma frente fria então, recomendo que acompanhe a previsão do tempo antes de ir.