Imponente, grandiosa, clássica! A célebre Viena faz jus a toda sua fama. Capital da Áustria e segunda maior cidade de língua alemã, Viena guarda até hoje uma certa pompa herdada do Império Áustro-Húngaro, que hoje se traduz nos preços altos e seu luxo intrínseco. Para explorá-la, organizamos um roteiro de 3 dias, repleto de dicas capazes de encantar qualquer viajante.
De todas as capitais do Leste Europeu que visitamos (Praga, Budapeste, Bratislava e Viena), sem dúvida a capital austríaca foi a mais cara, desde a hospedagem até as atrações, o transporte e a alimentação.
Como em toda cidade, quanto mais central for a hospedagem (no caso, próximo à Stephanplatz), mais caro se pagará. Assim, para economizar, procure um hotel mais afastado. Também por isso pode ser muito vantajoso comprar o Vienna Card, que garante descontos nas principais atrações e transporte gratuito. Veja como funciona e se vale a pena comprar.
Aliás, das capitais mencionadas, é a maior e a única em que é realmente necessário andar de metrô, por causa das longas distâncias entre a hospedagem e alguns pontos turísticos, como o Castelo Schönbrunn, o Belvedere e a Torre do Danúbio.
O roteiro sugerido está organizado de acordo com a distância entre os atrativos e, dependendo da localização do hotel e de seus interesses pessoais, pode, é claro, ser mais ou menos conveniente segui-lo dessa maneira.
Viena: Roteiro de 3 dias pela capital da Áustria
1º dia
O primeiro dia é aquele em que nos ambientamos com a cidade e nos localizamos geograficamente. A idéia é começar pelo ponto central de Viena, a praça Stephanplatz, onde há muitos restaurantes, lojas de souvenirs e casas de câmbio, bem como as clássicas charretes que levam os turistas para dar um passeio tranquilo pelo centro. Ali também fica localizada a Catedral de Santo Estevão, que dá nome à praça. Nessa linda catedral em estilo gótico, observe do lado de fora o telhado de ladrilhos e a águia de duas cabeças (símbolo da Áustria), em uma das faces. Do lado de dentro é possível fazer um tour guiado pelas catacumbas e subir de elevador até o topo da torre, de onde se tem uma bela vista da cidade, mas conhecer no térreo seu interior ricamente ornamentado já vale a visita.
De lá, siga andando até a Casa de Mozart, na Domgasse 5, com concerto de música erudita a partir de 35 Euros. Essa é a única casa ainda existente em que o compositor morou em Viena, durante 3 anos, e onde compôs a célebre Noites de Fígaro. São quatro andares que contam como Mozart vivia na capital, quem eram seus mecenas, seus amigos, e como era sua paixão pelo jogo. Não esqueça o audioguia! Vale lembrar que em Salzburg estão a casa onde ele nasceu e outra em que morou até se mudar para Viena, também com ótimos acervos.
Agradável é o passeio pela rua de pedestres mais famosa entre os turistas, a Karntnerstrasse. Nesse amplo calçadão é possível perceber o clima da cidade e o refinamento que mencionamos. Diversos restaurantes, lojas (das mais simples às mais requintadas) e também a famosa Ópera de Viena, uma das principais atrações da cidade.
Há um tour guiado de aproximadamente 40 minutos (em vários idiomas) para visitar o interior deste prédio e apreciar sua arquitetura, mas o ideal mesmo é assistir a uma ópera. Os ingressos variam de 15 a 200 Euros e é necessário usar roupas formais. Para quem não estiver pensando em algo tão grandioso, vale tentar, conforme sugeri, o concerto de música clássica na Mozarthaus.
No Centro Histórico, muitas lojas de souvenirs utilizam como temas das lembrancinhas a imagem da delicada Sissi (carinhoso apelido da Imperatriz Isabel), as obras de Gustav Klimt e o maior compositor do país, Mozart. Dá vontade de levar tudo!
Está gostando de Viena? Então confira o post ONDE FICAR EM VIENA: dicas de hospedagem no melhor bairro.
2º dia
Sem dúvida, as principais atrações de Viena são os museus, que atraem milhões de turistas curiosos por apreciarem famosas obras de arte que incluem desde Klimt até objetos, mobiliário e documentos da Família Habsburgo.
Para se ter uma idéia, Viena possui um bairro (e uma estação de metrô) chamado Bairro dos Museus (ou Museumquartier), onde estão concentrados nada mais nada menos do que 6 museus: Museu de Belas Artes, Museu de História Natural de Viena, Mumok, Museu Leopoldo, Centro de Arquitetura de Viena, Kunsthalle Wien (com arte contemporânea) e o Zoom Museu para Crianças. Os mais famosos, no entanto, não estão lá localizados, como o Complexo Hofburg e o Museu Albertina.
Reserve o 2º dia para visitar as duas mais clássicas atrações de Viena (e as mais distantes): o Belvedere e o Castelo Schönbrunn. Prepare-se para andar muito e ver muita coisa, e chegue cedo se quiser ver tudo.
Para chegar ao Castelo Schönbrunn, pegue o ônibus 10A ou o metrô U4 e desça na estação de mesmo nome. O Castelo foi a antiga residência de verão da monarquia austríaca, conhecido como o “Palácio de Versalhes da Áustria” ou como Castelo da Imperatriz Sissi.
No verão, a fila para comprar o ticket é bem grande (durando de 40 a 50 minutos), e depois ainda é preciso esperar mais de uma hora pra entrar no castelo, pois eles liberam a entrada por grupos. É muita gente! O ideal é comprar o ticket pela internet no site www.imperial-austria.at. Não deixe de pegar o áudio-guia, que torna o passeio muito mais agradável e completo, ao contar detalhes da vida no Castelo.
Se você já conhece o monumental Palácio de Versalhes, posso dizer que é parecido. Por isso, optamos por comprar o Classic Pass, um ingresso mais simples, mas que dá direito a ver o Castelo, os Jardins, o Labirinto, a Gloriette e a Orangerie, onde está uma árvore que a Imperatriz Maria Tereza ganhou por ocasião de seu casamento.
Os destaques são a Sala dos Espelhos, onde Mozart tocou seu primeiro concerto à realeza (aos 6 anos!) e a Sala de Napoleão, onde este se hospedou e onde seu único filho legitimo morreu. Os Jardins e a Gloriette (monumentos aos soldados no topo da colina) são um espetáculo à parte.
O Castelo Belvedere, um dos complexos barrocos mais lindos da Europa, e sede da maior coleção de pinturas de Gustav Klimt, além de artistas como Renoir, Monet e Van Gogh, abriga três museus divididos entre dois palácios. Para chegar pode-se utilizar as linhas U1, U2 ou U4 e descer na Karlsplatz.
O maior destaque desse castelo, e que atrai multidões de turistas, é a famosa pintura O beijo. Realmente, essa pintura faz jus a sua fama, na medida em que literalmente o dourado utilizado reluz, causando um fascínio no público. Mas não ficam atrás outras obras do artista, como a também clássica Judite. Além das obras do célebre pintor austríaco, modernistas como Monet e Renoir, e outros artistas de estilo barroco e medieval compõem o acervo.
Por si só, a decoração no interior do prédio, em estilo barroco, chama a atenção pela beleza e rebuscamento.
3º dia
No último dia, comece o passeio pela Peterskirche (ou Igreja de São Pedro), que fica próxima à Stephanplatz. Além de ser linda por fora, seu interior também é impressionante e o lugar tem uma energia muito boa. Caminhe por essas charmosas ruas do Centro Histórico da cidade e aprecie o bom gosto dos austríacos.
Reserve seu hotel depois de ler ONDE FICAR EM VIENA: dicas de hospedagem no melhor bairro.
Por falar no Centro Histórico, Viena também é famosa por seus muitos cafés espalhados pela cidade. Perca-se pelas ruas e descubra algumas boas surpresas como a Ferstel Passage (ou Palácio Ferstel), prédio com uma belíssima arquitetura, verdadeiro convite à contemplação e uma pausa, é claro, para um café localizado em seu interior. Cuidado para não passar direto, pois o prédio é discreto e não muito grande, localizado na Strauchgasse 1.010.
Dali, vá andando em direção ao prédio da Universidade de Viena, uma das mais antigas do mundo e a mais antiga de língua alemã (fundada em 1365), e de onde saíram gênios e simplesmente 9 Prêmios Nobel, sobretudo nas áreas da Física e Medicina. É possível visitar o edifício em estilo neo-renascentista e entrar no hall principal e no pátio interno, onde estudantes sentam para conversar, estudar e pensar. Muito inspirador!
Seguindo o caminho, passe pelo edifício da Prefeitura, que até parece uma igreja em estilo gótico, e o prédio do Parlamento austríaco, em estilo neoclássico, onde no verão, à noite, há operas em um telão a céu aberto. Mais uma vez, a grandiosidade e imponência dominam a paisagem…
À tarde, visite o Complexo Hofburg, assim chamado por abrigar, em dois edifícios distintos, uma biblioteca e museus que guardam acervos bem diversificados: prataria, porcelana, jóias, objetos e documentos que retratam a vida da Imperatriz Sissi, antiguidades gregas, museu de armas e instrumentos musicais.
Se ainda tiver disposição, visite o Museu Albertina. O maior de todos os palácios onde os Habsburgo moraram reúne hoje importantes coleções de arte e a pompa imperial em 21 cômodos restaurados e mobiliados originalmente. Se não estiver disposto a entrar (como eu), pelo menos ande pelo pátio e aprecie a arquitetura do prédio, que é realmente muito bonito e digno de uma família real.
Para quem quiser experimentar uma atração diferente de museus, castelos e palácios, há a possibilidade de visitar a Torre do Danúbio, uma torre de metal com 252 metros de altura que abriga um restaurante rotatório com uma vista magnífica de 360 graus! O restaurante é excelente e a comida é muito boa (embora com preço salgado, a 70 euros para o casal, sem sobremesa). Fomos à noite e não recomendo ir nesse horário, pois o local é um pouco afastado e, para quem utiliza o metrô, é preciso passar por um parque escuro e vazio. Sem falar que à noite a vista não é tão interessante quanto de dia.
Outra idéia é fazer um passeio de barco até a ilha do rio Danúbio, onde há um parque para descansar ou praticar atividades, como andar de bicicleta, caiaque, patins e ir à praia. Não fizemos por falta de tempo, mas fica para a próxima.
Por fim, para quem tiver tempo (e grana) para ficar mais dias em Viena, pense em fazer um bate-e-volta para a Bratislava, capital da Eslováquia. Em apenas uma hora de trem chega-se lá. Nós fizemos isso e o passeio foi bem legal.
A Áustria é um país encantador, além de muito classudo! Além da célebre Viena visite cidades menores como Salzburg, Innsbruck e Linz. No caminho de trem, a paisagem que predomina são montanhas verdinhas, lagos e rios cristalinos, casinhas perfeitas no meio dos Alpes… Há muitos outros motivos para visitar esse país: história, arquitetura, música clássica, pintura — e Viena é uma verdadeira jóia desse belo cenário.
Estou fazendo o meu roteiro e sua postagem tem me ajudado bastante.
Parabéns pela descrição sucinta e prática.
Não vejo a hora de conhecer essa cidade! 🙂
Olá Aline. Que bom que gostou das nossas dicas! Espero poder continuar ajudando nas suas próximas trips! Abraços, Bianca
vou ao leste europeu em setembro e gostaria de assistir um concerto de musica classica ou uma opera. como faço para comprar os ingressos?
Olá Alberto. Tudo bem?
Em Viena eu indico o site oficial do Wiener Staastoper. Lá você encontra o calendário completo de apresentações de ópera, ballet e concertos e pode comprar o ticket online mesmo. Na Europa também é comum, principalmente no verão, os telões ao ar livre.
Desculpe a demora em responder, mas estava em uma viagem pela Europa em setembro e acabei atrasando as respostas aos comentários do blog. Espero que tenha corrido tudo bem na sua viagem e que tenha conseguido assistir ao espetáculo. Espero poder ajudar em uma próxima viagem. Abraços, Bianca