Em Amsterdam estamos sempre envolvidos numa atmosfera de flores, canais, bicicletas, muita gente simpática e uma arquitetura única. A cidade é descolada e moderna, mas ao mesmo tempo romântica. Impossível não gostar! Lá prevalecem sempre o alto-astral e uma sensação de liberdade e de felicidade, talvez por ser mesmo uma cidade bastante liberal.
Sem dúvida a hospitalidade é um dos pontos fortes de Amsterdam. Além de falarem muito bem o inglês, estão sempre com um sorriso no rosto e não se importam se você não fala o idioma deles. Têm boa vontade em ajudar, puxam conversa, gostam de saber que somos do Brasil. Aliás, o voo da KLM entre Paris e Amsterdam chamou a atenção pela simpatia e boa vontade dos tripulantes.
Assim que chegamos no aeroporto de Schiphol fomos procurar o I Amsterdam City Card, pois é superválido para quem vai visitar as várias atrações da cidade. É possível comprar o cartão para 24 horas (47euros), 48 horas (57 euros) ou 72 horas (67 euros) o que te garantirá: um mapa da cidade, transporte público ilimitado (ônibus, tram e metrô), entrada gratuita para 38 museus e atrações de Amsterdam (incluindo o Van Gogh Museum e o museu Rembrandt), desconto para o Rijksmuseum, um cruzeiro pelo canal grátis, entrada grátis em 8 atrações em Zaanse Schans, entre outros descontos para atrações e restaurantes (como 25% na Heineken Experience).
Para explorá-la bem são necessários pelo menos quatro dias, sobretudo se você for conhecer as simpáticas Lisse (depende da época do ano) e Zaanse Schans, a cidade dos moinhos da qual falamos em outro post. São tantos museus e tantas as opções de roteiro que é preciso organizar por dias.
Os famosos campos de tulipas Keukenhof ficam na cidade de Lisse, a 40 minutos do aeroporto de Schipol e só abrem no período da primavera, de março a maio. Para chegar é preciso pegar o ônibus 858 no aeroporto Schipol, que sai de 15 em 15 minutos.
Contudo, se tiver pouco tempo para conhecer Amsterdam a dica é cortar os passeios para Keukenhof e Zaanse Schans e maximizar o tempo em Amsterdam. Para isso, utilize a linha circular nº 20 do tram, que passa por vários pontos turísticos desde a Centraal Station, passando pela Waterlooplein, Rembrandtplein, Dam, Damrak e de volta à Centraal Station. Desça nos pontos de maior interesse e explore os atrativos de cada região. Com mais tempo, siga nosso roteiro organizado logo abaixo.
Roteiro de 4 dias por Amsterdam
Primeiro dia
Para começar a entender a cidade acho legal andar pelo bairro Jordan, o bairro típico de Amsterdam pela arquitetura, presença de muitas lojinhas, pequenos restaurantes, e barraquinhas de flores.
Depois de apreciar esse bairro pegue a rua do canal, Prinsengracht, e aproveite para ir até a casa onde Anne Frank, a menina judia famosa por escrever um diário, e sua família moraram.
A casa abre às 9 horas, mas a fila começa a se formar cedo e em alta temporada, pode levar horas até conseguir entrar! Vá bem cedo, antes de abrir e assim não terá problemas com fila e demora. Isso acontece porque como a casa é pequena diante do número de visitantes, eles precisam controlar o acesso afinal, as pessoas levam um tempo lendo os textos, assistindo aos vídeos e descobrindo o seu esconderijo.
O clima dentro da casa reproduz a época em que Anne e sua família viviam escondidos, incluindo janelas fechadas e escuridão mesmo sendo dia. Lá estão a versão original de seu diário e muitos dos objetos pertencentes à família.
Com certeza você entenderá ainda melhor a atmosfera de medo que pairava sobre aquela casa se já tiver visitado um campo de concentração (falamos sobre Dachau em outro post) e se já tiver lido O Diário de Anne Frank, que descreve minuciosamente sua rotina até ser levada ao campo de concentração.
Para dar uma descontraída vá à praça Central, Dam Square, onde estão o Palácio Real, a catedral Nieuwe Kerk e o famoso museu de cera Madamme Tussauds. Dali vale uma caminhada na Damrak, rua que liga a praça à estação de trem e onde você pode parar para comer a tradicional batata frita no cone, com maionese ou catchup.
Paralelo à Damrak está o calçadão Nieuwendjik, com centenas de lojas boas para compras de souvenirs ou mesmo roupas, sapatos e outros itens (muitas vitrines exibem objetos e imagens da folha de maconha, sem que isso represente qualquer problema afinal, por lá, o uso da substância é permitido). Atrás da Catedral, encontra-se o Magnum Plaza, um shopping ótimo para passear se estiver chovendo ou fazendo muito frio.
Segundo dia
No segundo dia decidimos alugar bicicletas. Há vários pontos onde é possível alugar a bike, com preços que variam de acordo com o tempo do aluguel. Se preferir pode escolher uma diária e, assim, ficar despreocupado. Como a cidade é plana, segura e super bem sinalizada para bicicletas fica fácil usar esse meio de transporte; por isso pedalamos bastante, passando por vários bairros de Amsterdam e só devolvemos a bicicleta no final do dia. Não deixe de pedalar dentro do Voldenpark, o parque mais cool para andar de bicicleta e relaxar nos seus gramados. Os moradores da cidade realmente aproveitam o verão e o parque!
Outra atração bem interessante é visitar a Heineken, no prédio da antiga cervejaria que hoje foi adaptado e transformado em museu/ degustação/ lojinha. A Heineken Experience é o nome dado a esse tour pelo mundo da cerveja. Depois de aprender sobre os ingredientes da cerveja, o processo de produção e a clássica degustação de cervejas, ainda entra num simulador que te faz experimentar a sensação de ser engarrafado! No final do tour e de todas as brincadeiras tem a lojinha com vários produtos bem legais.
Ainda na parte sul da cidade, fomos almoçar e conhecer os dois principais museus da cidade, o Van Gogh e o Rijks Museum. Estão entre os melhores da Europa e a visita é imperdível. Como eles estão localizados bem próximos um do outro (quase em frente) fizemos os dois no mesmo dia, mas não recomendo para quem não curte museu pois fica um pouquinho pesado.
No Museu Van Gogh está concentrado o maior acervo do pintor e a lojinha do museu quase te leva à falência pois você realmente quer trazer o Van Gogh com você! No Rijks você poderá apreciar a arte flamenga retratada, entre outras, em fantásticas pinturas barrocas como A Ronda Noturna, de Rembrandt, uma tela enorme que fica em um dos salões principais. Neste museu há também um grande acervo de arte asiática. Os dois museus possuem acervos maravilhosos e, sem dúvida, merecem ser visitados. Depois de desbravar essa parte de Amsterdam estávamos cansados e tínhamos que devolver as bikes.
Terceiro dia
Por falar em Rembrandt, considerado por muitos o maior artista holandês, a casa onde viveu e produziu suas obras também está aberta a visitação e se transformou em um museu que apresenta os objetos colecionados pelo artista e penhorados quando foi à falência. Este museu, o Rembrandt Huis, apresenta além de suas pinturas, as gravuras realizadas por ele com uma técnica própria, e talvez tenham sido elas que o tornaram tão famoso.
Ali perto fica a Waterlooplein, onde há um mercado de pulgas diariamente e a praça Rembrandt, uma das mais importantes da cidade, com bares, restaurantes e vibrante vida noturna; lá está a Bridge of 15 Bridges, de onde daria pra ver 15 pontes alinhadas ao mesmo tempo (eu não consegui ver).
Em Amsterdam não há perigo algum por causa da liberação da maconha ou do bairro da luz vermelha, tradicional ponto de prostituição, em que as mulheres ficam se expondo em vitrines. Você se sente seguro o tempo todo, não vê perigo nem é abordado por ninguém. A única restrição expressa no bairro da luz vermelha é a proibição de tirar fotos e encostar nas garotas sem autorização delas. Claro que o ideal para quem é turista e quer apenas passar por lá para saber do que se trata é ir mais cedo, quando ainda não escureceu. Quanto mais tarde, mais o ambiente vai mudando… obviamente não tenho nenhuma foto de lá…
E quanto à maconha, ela só é permitida em coffee-shops específicos, mas sempre tem alguém usando pelas ruas…
Bem, como a Holanda é quase sinônimo de tulipas também não dá pra deixar de ver algumas delas no famoso mercado de flores, localizado no canal Singel. Suas lojas flutuantes garantem fotos maravilhosas por causa do colorido e diversidade de espécies de flores. Interessante ver os bulbos de tulipas, que se parecem com cebolas e, no passado, chegaram a ser negociadas por preços exorbitantes e funcionavam como moedas de troca no país. Uma espécie de super inflação de tulipas.
Além de todas as andanças, não dá pra ir embora de Amsterdam sem fazer o passeio de barco pelos canais. O trajeto passa pelos principais pontos turísticos, com possibilidade de descer e pegar o barco seguinte. Há diversas empresas oferecendo o serviço e você pode escolher entre a Canalbus, que faz 3 percursos diferentes, o Museumboat que faz seu tour parando em museus e o Herengracht e canais da área do Jordaanel e Bloemenmarkt (mercado de flores), no canal Singel. Escolhemos um cruzeiro de 75 minutos da empresa Blue Boat que fica em frente ao Hard Rock Cafe.
Quarto dia
Reserve para conhecer as cidades Keukenhof (de março a maio) e Zaanse Schans (a cidade dos moinhos), a menos que prefira desbravar ainda mais Amsterdam e aproveitar ao máximo o I Amsterdam Card, que confere muitas entradas gratuitas.
Não tem como voltar de uma viagem a Amsterdam sem mudar sua percepção de que a discussão sobre a liberação da maconha, do casamento gay ou a exposição de prostitutas em vitrines são apenas pontos que tiveram que superar no caminho que encontraram para o equilíbrio, a ordem e a felicidade.
Se estiver na dúvida se vai ou não a Amsterdam, embarque! Você não vai se arrepender e trará experiências únicas como conhecer um moinho por dentro e ver a fabricação de tamancos de madeira! 😉
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