Passeio imperdível e quase obrigatório para quem está em Roma — mesmo para quem não é católico — é visitar o Vaticano, menor Estado do mundo, com área de apenas 0,44 km², sendo menor do que muitos bairros que conhecemos. A verdade é que por lá se confirma o ditado de que “tamanho não é documento” já que, apesar do pequeno território, é um dos Estados mais ricos, poderosos e influentes do mundo, ditando regras de convívio e comportamento há séculos.
O Vaticano (ou Cidade Estado do Vaticano) foi criado em 1929, através do Tratado de Latrão, em que a Itália, então recentemente unificada, reconheceu a autonomia do território pertencente à Igreja Católica.
Para chegar lá, a partir de Roma, utilize o metrô Ottaviano ou o ônibus 46 e lembre-se que não é possível entrar usando bermudas e camisetas sem manga, como ocorre em outros templos católicos na Europa. Respeitar as liturgias faz parte de ser um bom turista!
Como é o passeio por dentro do Vaticano
Você saberá que chegou no Vaticano quando se deparar com a enorme Praça São Pedro, em cujo centro se encontra o obelisco egípcio trazido por Calígula para o Circo de Nero. Dizem que, ao ficar sobre os pontos marcados no chão, é possível ver todas as colunas alinhadas como se houvesse apenas uma fileira. Eu não vi mas, de todo modo, a praça já vale por seu significado histórico e religioso.
Na praça fica a única grande construção da cidade do Vaticano, a Basílica de São Pedro. Claro que há outros edifícios importantes, porém menores, como os prédios dos museus e a Capela Sistina, por exemplo. A Basílica de São Pedro é a maior e mais famosa construção sacra do mundo, construída para celebrar a Igreja. Seu interior, enorme e ricamente ornamentado, possui diversas relíquias e obras de arte. Destacam-se o sepulcro do apóstolo Pedro e uma estátua do Santo com o pé desgastado, pois acredita-se que, encostando na imagem é recebida sua benção. Lá também está a Pietà, de Michelangelo, única obra com sua assinatura.
A impressão que tive do Vaticano, apesar de sua inegável grandiosidade e importância, é que o verdadeiro sentido de tanta imensidão existir (Jesus) fica um pouco apagado ou mesmo esquecido diante da agitação dos turistas que querem fotografar, freneticamente, ver o Papa “Pop” e visitar os vários museus. Nada contra admirar a arquitetura e as obras de arte — eu, aliás, adoro. Porém, quando elas parecem se sobrepor ao genuíno significado que tantos buscam pela fé, tudo aquilo soa estranho. O próprio Jesus era simples e pregava o desapego material. Não usava roupas caras ou ouro, nem precisava de grandes templos para pregar. Mas essa discussão sobre os caminhos da Igreja Católica ficam para outro momento…
Depois de conhecer o interior da Basílica, suba até o topo para ter uma bela vista da Cidade do Vaticano, seus prédios e jardins, além de Roma, ao fundo. É possível subir a pé ou usando o elevador (até certa altura), e o esforço de subir tantos degraus certamente vale a pena.
De volta ao térreo, vá ao subsolo da Basílica, onde se encontra a Tumba dos Papas, que inclui o túmulo do Papa João Paulo II, um dos mais visitados e reverenciados por religiosos e turistas. No dia em que fomos havia muitos fiéis ajoelhados diante de seu túmulo, rezando e acendendo velas. Bonito ver tanta admiração.
Se puder escolher o dia da semana para ir ao Vaticano, vá na quarta-feira, quando o Papa celebra uma audiência com leitura para o público, em vários idiomas, às 10:30 da manhã (e chegue antes, por volta das 9 horas). Para conseguir um convite basta solicitar no próprio site oficial do Vaticano. É gratuito, mas é preciso solicitar com bastante antecedência (uns 3 meses) e retirá-lo com antecedência, podendo ser na manhã da audiência, das 7 as 10hs. Quem não tem convite também consegue entrar, mas vai encarar filas e ficar em pé, assistindo à leitura pelo telão. Prepare-se: nesse dia uma multidão de turistas e religiosos se aglomera, ansiosa, para ver o Papa —inclusive eu! Na época, o Papa era Bento XVI, que renunciou para ser então sucedido pelo Cardeal Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco.
Quem não estiver em Roma na quarta-feira, e quiser ganhar uma bênção do Papa, tente o domingo. Ao meio-dia ele aparece na janelinha de seus aposentos para dar sua bênção, mas é muito rápido (e em italiano), o que, ainda assim, não prejudica o encanto.
Além da parte religiosa, o Vaticano também possui museus, com enorme e rico acervo, sendo necessário bastante tempo para visitar todo o complexo (pelo menos um dia todo), e um outro post só para esse assunto. Mas como ninguém aguenta tamanha overdose de conhecimento em um único dia, umas 4 ou 5 horas são suficientes para ver o principal. Os museus do Vaticano são compostos das seguintes unidades: Museu da Antiguidade, Pinacoteca Vaticana, Museu Gregoriano Profano e Museu Pio Cristiano. Além disso, há a Stanze di Rafaello, que era o apartamento privado do Papa Julio II,e a Stanza Segnatura, além da importante e belíssima Capela Sistina. É preciso comprar os ingressos para cada museu separadamente e, por isso, recomendo comprar pela internet para evitar filas.
Na minha opinião, os afrescos da Capela Sistina são umas das mais lindas obras de arte existentes no mundo. A maioria deles foi pintado por Michelangelo, que também foi o arquiteto da Basílica São Pedro. É impressionante observar as pinturas e ver o que os artistas eram capazes de realizar, pintando o teto e as paredes da capela, pendurados em enormes andaimes e sem muita perspectiva visual, apesar dos incríveis resultados. Muita inspiração e pura técnica revelam o espírito do Renascimento, colocando o homem como centro das atenções e destacando a escolha de Deus.
É realmente imperdível, mas a quantidade de turistas pode atrapalhar um pouco a contemplação: barulho, agitação e calor… Aliás, para conservar os afrescos em seu interior, não é permitido falar muito alto nem bater palmas, pois a vibração do som causa danos às pinturas. Além disso, também não é permitido filmar ou fotografar (muito menos com flash), pois a luz também altera as cores dos afrescos, com o passar dos anos. Apesar da vigilância, o barulho e os flashes são constantemente disparados… :/
O final da visita, de volta ao hall de entrada, tem que ter a clássica foto da escada helicoidal, que é belíssima. Nesse hall é possível comprar souvenirs, lanchar e descansar um pouco antes de continuar as andanças de volta a Roma.
Que Deus abençoe o Vaticano e a Cidade Eterna!
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